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A Festa dos Tabernáculos: Ordenados a ser alegres

O SENHOR disse a Moisés:

“Diga aos israelitas: ‘No décimo quinto dia do sétimo mês começa a Festa dos Tabernáculos do SENHOR, e ela dura sete dias. O primeiro dia é uma assembleia sagrada; não façam trabalho comum. Durante sete dias apresentem ofertas de alimento ao SENHOR, e no oitavo dia façam uma assembleia sagrada e apresentem uma oferta de alimento ao SENHOR. É a assembleia especial de encerramento; não façam trabalho comum.’” ­— Levítico 23:33–36 / NVI

O significado das Festas de Yahweh

As Festas de Yahweh, descritas em Levítico 23, também são chamadas de tempos determinados por Deus — momentos em que o povo se reunia para lembrar o que o Senhor havia feito, adorá-Lo, celebrar, oferecer sacrifícios e se aproximar de Sua presença.

Cada uma dessas festas carrega um significado profundo, muitas vezes desconhecido pelos cristãos de hoje. Todas apontam para Yeshua (Jesus): para a obra que Ele realizou quando veio à terra e para o que cumprirá em Sua segunda vinda.

Essas celebrações nos convidam a conhecer mais sobre Jesus — sobre o que Ele fez, sobre quem Ele é, e sobre o Seu caráter. Por isso, é importante estudá-las e compreender seu propósito. No entanto, elas não são uma obrigação, mas um convite: uma oportunidade de celebrar a Deus, a Yeshua e Suas maravilhas.

Nesta semana, celebraremos a Festa dos Tabernáculos. Vamos mergulhar mais fundo no significado dessa festa.

O que SUKKOT ou CABANAS celebram?

“No décimo quinto dia do sétimo mês, quando vocês tiverem ajuntado o produto da terra, celebrarão a festa do SENHOR por sete dias. No primeiro dia haverá descanso solene, e no oitavo dia haverá descanso solene. No primeiro dia vocês tomarão frutos de árvores formosas, ramos de palmeiras, galhos de árvores frondosas e salgueiros do ribeiro, e se alegrarão diante do SENHOR, o seu Deus, por sete dias. Celebrem-na como festa ao SENHOR por sete dias a cada ano. Este é um estatuto perpétuo pelas suas gerações; celebrem-na no sétimo mês. Vocês habitarão em cabanas por sete dias. Todos os israelitas naturais habitarão em cabanas, para que as suas gerações saibam que Eu fiz os filhos de Israel habitarem em cabanas quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, o seu Deus.” — Levítico 23:39-43

Todas as festas de Deus são cheias de criatividade, beleza e promessas. Mas, na literatura judaica, Sukkot é frequentemente chamada simplesmente de “A Festa”, a principal — sem necessidade de explicações adicionais.

Três vezes por ano, todo Israel devia viajar a Jerusalém: para a Páscoa e o Shavuot, na primavera, e para o Sukkot, no outono.

Sukkot significa “abrigos”, “cabanas” ou “tabernáculos”.

Essa festa celebra a colheita e relembra a proteção e a provisão milagrosas de Deus ao povo de Israel quando saíram do Egito e viveram em tendas no deserto. Também celebra o fato de que Deus habitou entre eles durante aqueles quarenta anos, quando Sua presença os guiava como nuvem de dia e fogo à noite.

O povo judeu relembra o cuidado, a presença e a provisão do Senhor durante esse tempo, e ora para que Ele continue sendo o provedor na nova temporada de colheitas. Pedem chuva, boas colheitas e a proteção divina.

Habitando em cabanas

Nesta festa, Deus ordenou ao Seu povo que construísse abrigos temporários — cabanas — e habitasse neles por sete dias.

Mas por que Deus quis isso? Por que construir cabanas?

Em Sua sabedoria, Deus sabia que esse ato físico provocaria reflexão. Ele queria que o povo se lembrasse da jornada que fizeram com Ele, vivendo em tendas temporárias e se movendo conforme Sua direção. Foi durante essa peregrinação que Israel foi moldado como uma comunidade de fé, seguindo o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

Essas tendas eram temporárias, pois apontavam para um destino permanente: a morada com o próprio Deus.

Hoje, em Israel, durante Sukkot, as famílias ainda comem e até dormem em suas cabanas, decoradas com frutas e produtos da estação. É uma celebração alegre e familiar.

Essa ordenança nos ensina duas lições principais:

1. DEVEMOS SER DEPENDENTES DE DEUS

Precisamos permanecer totalmente dependentes do Senhor, confiando n’Ele em todas as estações da vida. Mesmo quando Israel já estava na Terra Prometida, Deus desejava que continuassem fiéis e submissos à Sua vontade.

Ele é quem provê o alimento, o abrigo, a colheita, a chuva e tudo o que é bom. O mais importante é ter Sua presença entre nós — pois, sem Ele, nada temos.

Viver em tendas também simboliza igualdade: durante Sukkot, ricos e pobres dormem em cabanas, lembrando que todos dependem igualmente de Deus e de Sua provisão.

Que você seja lembrado hoje a confiar no Senhor, depender d’Ele e convidar Sua presença para todas as áreas da sua vida — pois é d’Ele que vem tudo o que é bom.

2. NOSSA VIDA NA TERRA É TEMPORÁRIA

Devemos viver nesta terra como quem habita em tendas no deserto — sem nos apegarmos a nada além de Deus, à Sua presença e à Sua vontade.

Ele deve estar no centro de tudo, guiando nossos passos, mostrando quando avançar e quando permanecer.

A Palavra promete que nossa morada eterna é com Yeshua, no céu. Portanto, não podemos nos prender a este mundo, pois não pertencemos a ele.

Essa festa também aponta para os tempos do fim — um clamor pelo retorno do Senhor.

Voltemos, então, nosso foco para Yeshua e para a eternidade com Ele. Alegremo-nos, pois sabemos que Ele virá em breve para nos levar para casa.

“Amados, peço-vos, como peregrinos e estrangeiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma.” 1 Pedro 2:11 (ARC)

“A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que, pelo poder que o capacita a sujeitar todas as coisas a si, transformará o nosso corpo humilhado, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso.” Filipenses 3:20-21 (NVI)

Ordenados a ser alegres

Podemos ser alegres por ordem?

Pode parecer estranho ser ordenado a se alegrar, mas a Bíblia realmente ordena isso várias vezes. Afinal, é possível simplesmente “ligar” a alegria?

Primeiro, a alegria é uma atitude, não apenas uma emoção. E há, sim, maneiras de nos posicionarmos para sermos cheios de alegria.

GRATIDÃO

Ao refletirmos sobre as bênçãos em nossas vidas, descobrimos que temos muito pelo que nos alegrar.

Tente escrever uma lista de gratidão todas as manhãs! Lembrar-se de apenas cinco coisas pelas quais você é grato pode transformar sua visão de vida.

Outra ideia é percorrer o alfabeto, pensando em algo para agradecer com cada letra.

Ser grato exige esforço no início, mas se torna natural com o tempo — e quanto mais cultivamos gratidão, mais alegres nos tornamos.

SEJA CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo naturalmente produz o fruto da alegria em nossas vidas — especialmente quando O deixamos nos encher completamente.

Deus ama nos dar o Seu Espírito, e “o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22-23).

De fato, somos ordenados em Efésios 5:18 a sermos cheios do Espírito Santo.

Como fazemos isso?

Yeshua respondeu em Lucas 11: “Peçam!”

Ele assegura que o Pai está pronto para dar o Espírito Santo àqueles que pedirem.

Mas, quando estamos cheios de nós mesmos, não há espaço para o Espírito. Precisamos abrir mão do controle, confessar nossos pecados e entregar a Ele o primeiro lugar novamente. Nossa oração pode ser:

“Menos de mim e mais de Ti, Senhor!”

A ALEGRIA VEM DA OBEDIÊNCIA

Dizem que, se você estiver mal-humorado, apenas o ato de sorrir repetidamente pode melhorar seu humor. Da mesma forma, um rabino aconselhou um homem que lutava para amar sua esposa: “Aja como quem a ama, e o sentimento virá.”

Nossas ações formam hábitos, e hábitos moldam o coração. Assim também acontece com a alegria: quando escolhemos obedecer ao mandamento de nos alegrar — mesmo sem vontade —, com o tempo o coração se enche de verdadeira alegria.

Um CONVITE à Comunhão com Deus

Cada um de nós percorreu uma longa jornada, como os israelitas. É tempo de refletir sobre a bondade e a provisão de Deus, lembrando como Ele nos guiou pelos desertos da vida.

Sukkot também aponta para o desejo de Deus de habitar entre o Seu povo. Sua provisão não é apenas física, mas espiritual — Ele não poupou Seu único Filho, para que pudéssemos viver com Ele eternamente.

Podemos ter comunhão com Deus porque Ele veio à terra e tabernaculou entre nós — Deus encarnado, habitando entre Seu povo. Hoje, Seu Espírito vive e “tabernacula” em nós, se O convidarmos.

Yeshua disse:

“Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo.” (Apocalipse 3:20)

E João, Seu amigo, escreveu:

“Aquilo que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos… o que vimos e ouvimos nós também vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.” (1 João 1:1-4)

Séculos antes, o profeta Zacarias anunciou:

“Cante e alegre-se, ó filha de Sião, pois eis que venho, e habitarei no meio de ti, declara o SENHOR. E muitas nações se unirão ao SENHOR naquele dia, e serão o meu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o SENHOR dos Exércitos me enviou a ti.” (Zacarias 2:10-11)

Sukkot também aponta profeticamente para a segunda vinda de Yeshua e para o dia em que Deus habitará conosco para sempre. Que razão maravilhosa para nos alegrarmos!

Chag Sukkot Sameach! Feliz Sucot!